quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pequena História de Mariamélia de Souza

Mariamélia de Souza*01/07/1908 em Lisboa/PT, +/- 1985, Fadista e atriz de Cinema Português. Estreou no Teatro “Trindade” em 1929 na Revista “Pó de Maio”. Como Fadista: 1. Fado da Loucura, com seu irmão Júlio de Souza *1906 em Lisboa, +1966 em Lisboa/PT 2. Café com Leite 3. Gravou apenas 4 discos conforme anúncio do estabelecimento Valentim de Carvalho – Rua Nova do Almada, 97 e Rua d’Assunção, 39 – Lisboa/PT : - Ref. 8008 – Fado das Feiticeiras, Fado corrido no.1 - Ref. 8009 – Fado da Mouraria, Fado corrido no.2 - Ref. 8205 – Lírios, Às ruas da Mouraria - Ref. 8206 – Fado da Loucura, Já perdi formosura. Como atriz, atuou: 1) Opereta “A Mouraria” no Teatro Apolo – Lisboa/PT – Fez o papel de “Matilde das Queijadas” cantando o “Fado do Aljubes” – Diz o articulista no artigo “MARIAMELIA – IMAGEM DO FADO”: “Reapareceu em teatro, muito fugamente, na opereta A Mouraria, que recentemente esteve em cena no Apolo. Era a Matilde das Queijadas, a que c antava o emocionante Fado do Aljubes. Na sua voz nostálgica, requebrada e dolente, o fado famoso reviveu a sua época de glória. Glória triste, glória envolta num brado de tragédia amarga. Mariamélia sabe cantar o fado e sabe representar. Por que razão, portanto, nós não a vemos mais assiduamente nos palcos? Eis um mistério que não compreendemos, mas que gostariamos de ver esclarecido para que muitos outros se esclarecessem também.” In: Século Ilustrado 1947 – s/n – Pág. 27 2) Na Revista Cartaz de Lisboa nos quadros: Mocidade Portuguesa ( com Hortense Luz) 3) Sobre Mariamélia, diz o texto – (QUE PENSAM DO FADO AS ACTRIZES E CANTADEIRAS QUE O LEVARAM AO TEATRO – II DEPÕEM HOJE MARIA AMÉLIA, ADELINA FERNANDES, MARIANA CHAGAS E AMÁLIA RODRIGUES) - permeado de falas da própria: “Sorriso permanente. Graça e vivacidade. Alegria e dinamismo. É uma artista que enche o palco! Mas Maria Amélia é uma sentimental... Embora não o pareça! Estreou-se em 1929 – num sábado de Aleluia! Um dia de festa – um dia de alegria. Talvez por isso ela saiba exteriorizar tão bem – quando representa – a verdadeira alegria de viver... Foi no Trindade, na revista “Pó de Maio”. Antes disso, porém já Maria Amélia – que o fado consarara como “cantadeira da actualidade” ao lado de Maria Alice e Ercilia – havia grado discos e era querida do público frequentador dos retiros. Os seus maiores triunfos, êxitos retumbantes e que a elevaram e puseram no “galarim”: os fados da “Loucura” – uma criação sua, de que legitimamente se orgulha – e do “Café com leite”, este na revista do mesmo nome, representada no Porto. – Ah! Como é diferente o fado no teatro do fado “ambiente próprio”. E contudo eu gosto de cantar à luz da ribalta; gostei sempre! O teatro era minha paixão. A opereta seduzia-me – e ainda sinto atracção... Mas não divaguemos! Quanto canto na “intimidade”, em ambiente especial – então, sim! Sei que “sinto” o fado. É assim que eu gosto... Sem ostentação. Sem “réclame”! E nessa altura sou aquilo que sou: uma sentimental... Sou, em suma, eu própria... “É talvez afirmação arrojada que Alfredo Marceneiro é o fadista que mais aprecio. Que sempre apreciei – com devoção! Para mim é o único fadista castiço, de raça...Hermínia e Amélia – cada uma na sua especialidade. Hermínia é incomparável no genero alegre; ainda cantadeira, claro! Criou um “tipo”. E sabe “defender” muitissimo bem... a “sua criação”. É fadista; essencicalmente, puramente fadista...” In: Século Ilustrado no. 265 –Págs. 9 e 15 4) No artigo MARIAMÉLIA, diz o articulista: “Uma notícia da vida artística que muito interessa a portugueses e brasileiros residentes no Rio: Mariamélia regressou de Portugal e vai reaparecer com seus espetáculos de arte. A quantos já conhecem esta distinta declamadora, a notícia enche de regozijo, porque já podem matar as saudades da convivência simpática e reviver os momentos de enlêvo artístico que tanto os encantaram. Aos que não tiveram ainda o prazer de conhecer Mariamélia, a notícia vem proporcionar-lhes a ocasião de conhecerem e apreciarem uma das declamadoras, na atualidade mais representativas do mundo da lingua portuguesa a quem a imprensa especializada não tem regateado elogios. Vem mariamélia com grande cartaz de Portugal. Durante este dois anos de estadia em sua pátria, atuou com grande sucesso na televisão e no teatro em em “shows” em casas típicas. Sabendo-se como em Portugal é rigoroso o critério para o contrato de artistas de televisão – pois há só uma estação, e esta, é oficial, dirigida portanto com a disciplina que convém a um departamento do Estado – tanto basta para aquilatar. É que associam-se na sua pessoa várias qualidades de valor que a tornam atraente para as platéias. Uma perfeita dicção que permite a apreensão de todo o texto, uma presença elegante e uma expressão agradável na fisionomia e no gesto, e, o que é mais, intuição em toda a poesia, não só nas passagens de maior emotividade, como nas de simples narrativa. É apreciável também a facilidade com que Mariamélia se adpta aos ambientes. Tanto declama num palco como num estúdio de rádio, tanto numa sala de conferência como numa “boite”. Tem atuado em ambientes acadêmicos de elevado gosto intelectual e também em festas para grandes massas populares. Em Lisboa colaborou com grande êxito, durante muito tempo, no “show” noturno do Restaurante Bairro Alto, propriedade de seu irmão, o conhecido e talentoso escritor Júlio de Souza. Consta-nos que mariamélia agora volta ao Rio, vai autar numa casa típica da ZONA SUL. Daque lhe enviamos parabéns pelos êxitos que obteve em Portugal, manifestando a nossa alegria por tê-la de novo entre nós, e só nos resta desejar-lhe que continue a alcançar sucesso com sua arte, para um público cada vez mais numeroso.” In: Portugal/Brasil Revista Luso-Brasileira nos. 4 e 5 – Cr$ 400,00 – Ano XIV – Volume LXXXIX em Portugal e Ano III no Brasil. 1964/65

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